Uma sensação no final do século XX, o gravador de CD “CDR 570” da Philips, considerado o auge da mídia, encontra-se superado pelos discos e fitas K7 – que estão de volta. Por que isso aconteceu? Você fica sabendo aqui

por JMJG

Tudo volta para sua origem. Será verdade? Em música é sim, pelo menos é o que está parecendo agora!

No Brasil, o CD se tornou muito popular sendo a primeira mídia 100% digital. No entanto, criada nos anos 80, a novidade só chegou aqui depois de 1990, quando ficou conhecida e tornou-se um sonho de consumo. Muito tempo depois, em meados de 2000, veio o famoso MP3 que foi substituído pelo moderno Bluetooth! 

Hoje, nem temos mais CD Player disponível nos aparelhos de som e muito menos nos carros, como era tradição e ostentação nos anos 90/2000. Nessa época, muitos fabricantes de montadoras de carro lançaram versões de veículos que ostentavam CD Players e até Disqueteiras de fábrica, tais como famoso “Ômega CD”!

Mas, ironicamente e sem trocadilhos, o CD perdeu “espaço” no mercado, justamente em razão da limitação de “espaço” na mídia (só permite no máximo 80 minutos de música), além de o leitor precisar de uma manutenção complexa e cara, e por não ter tantas facilidades como o MP3 e o Bluetooth. 

Problemas na substituição dos leitores

Leitor óptico de um aparelho de CD. Imagens: Divulgação/ESIJMJG

Os leitores ópticos, conhecidos como “unidades ópticas” de leitura são os vilões do CD e DVD também. Para se ter uma ideia, é impossível trocar ou substituir uma peça dessas! Além de não se achar mais no mercado nacional, o que pouco se encontra são versões “alternativas” de baixa qualidade que não duram nem a metade da vida útil da original, apresentando defeito em poucas semanas de uso.

O “auge” da mídia

Contudo, nem sempre o CD foi uma mídia ingrata como é hoje. Nos anos 90 e 2000, a mídia alcançou o seu auge com um representante que revolucionou o mundo da música. 

Estamos falando do “CDR 570″ da Philips, que não foi o primeiro gravador de CD de mesa que existiu, mas sim, um dos mais práticos e completos da linha! O CDR 570 contava com TUDO que o CD tinha de mais diferente para oferecer. Foi lançado no auge da era do CD, na época em que os gravadores de CD tornaram-se novidade. Ficou conhecido como tecnologia CR-R (disco gravável) na qual as pessoas poderiam gravar seus próprios CD’s em casa! Isso mesmo, até então o CD era apenas gravado em fábrica pelas gravadoras e ficou assim por vários anos.

Diferente do MD que já nasceu para ser gravado e regravado, pois não existia o termo MD-R ou MD-RW, o CD já tinha suas versões separadas, conhecidas como CD-R (versão gravável) e CD-RW (a versão regravável).

O MD era bem superior ao CD e fez grande sucesso no Japão (berço da sua criação), Europa e EUA como já comentamos em outros artigos.

No Brasil, porém, o MD não fez o mesmo sucesso do exterior, sendo usado somente em rádios AM/FM para gravações de programas no formato Playback. Por conta disso, o CD caiu no gosto dos consumidores, tornando-se muito mais popular e mais barato.

Informações de texto no display

O CD tinha ainda a opção do famoso CD-Text, um recurso técnico que podia armazenar informação de texto na mídia digital, trazendo informações adicionais nas músicas, tais como “Nome do Artista”, “Nome do Álbum” e outras pequenas instruções! 

Foi isso que o CDR 570 da Philips usou como destaque. Tinha um enorme display, elegante e bem posicionado no meio do aparelho, que podia exibir de forma animada, as informações do CD-TEXT, tais como os letreiros LED fazem hoje.

Era muito impressionante ver rolando no Display todas as mensagens contidas no CD! Destacando essa exclusividade do CD-Text que somente em anos 2000 foi bem utilizada! Nem os primeiros CD’s gravados pelas gravadoras em 1990 tinham o CD-TEXT incluso nos discos, nem estavam aproveitando bem essas capacidades do CD na época!

Não era preciso computador

Um detalhe importante: O “CDR 570” da Philips permitia ainda gravar CD’ s em casa, sem uso do computador, e fazendo efeitos que as gravadoras podiam fazer, tais como “Fade In” ou “Fade out” na música! 

Ocorre que por ser um gravador de CD de mesa, ele não precisava de um computador, como foi muito comum depois dos anos 2000, o surgimento dos aparelhos de CD-RW. Esses sim, eram mais baratos e simples e praticamente qualquer computador em 2005 já tinha instalado de fábrica!

Virou moda e “status”…

Quem tinha disco de vinil ou Fita K7 era doido para digitalizar em CD suas músicas para ouvir no carro, em Discmans ou CD Players. 

Era a grande sensação do momento. E claro, eram caros e poucos brasileiros podiam ter em casa, sendo mais um sinônimo de “status” e de quem tinha dinheiro para investir em tecnologia, impressionar os amigos e fazer inveja na família!

Infelizmente, os gravadores de CD como esse CDR gastam muito sua unidade ótica, pois a gravação força o leitor com mais intensidade do laser para gravar o CD! Com o tempo, o leitor fica fraco e já não consegue mais gravar CD. Foi o que aconteceu com esse modelo ai do vídeo abaixo! 

JMJG – João Manuel Joaquim Gabriel
Eng. Eletrônico e Proprietário da ESIJMJG
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